Em evento promovido pela Associação Nacional dos Editores de Revistas,
na capital paulista, na segunda-feira, 23 de novembro, o juiz Sergio Moro, condutor
da Operação Lava Jato, no âmbito da primeira instância da Justiça, fez uma
revelação desalentadora, no tocante ao futuro daquela que tem se constituído na
maior operação de combate ao crime organizado em nosso país.
Na explanação que fez àquele grupo seleto de pessoas da mídia, o
juiz afirmou que a corrupção no Brasil é sistêmica, e que não tem visto
atitudes por parte do Congresso e nem do governo federal para modificar o atual
cenário, mesmo com todo o trabalho desenvolvido pela força-tarefa que se formou
em torno da investigação, que reúne Polícia Federal, Ministério Público e o
Judiciário, e que tem levado à prisão de
autoridades, políticos e empresários, todos com evidente ligação aos negócios
fraudulentos praticados, principalmente, contra a Petrobras, mas que atingiram
outras estatais brasileiras, com o mesmo modus
operandi.
Passados um ano e oito meses do início da Lava Jato, o magistrado
resume o que até aqui foi investigado como algo positivo, mas que tem dúvidas
quanto ao futuro da Operação. Ao seu sentir, a Lava Jato é uma “voz pregando no
deserto” , em que pese considerar que “o processo tem ido bem, mas não posso
assegurar o dia de amanhã”, disse o juiz naquele evento.
Na visão de Sergio Moro, não será ele próprio, nem o que restar do
desfecho da Lava Jato, assim como não o foi com o processo do mensalão, que
irão acabar com a corrupção em nosso país, mas que vai depender de como nós
todos, como cidadãos, precisamos fazer a partir de agora, pontuou.
Diante da preocupação externada pelo magistrado, há que se
ressaltar a condução firme, e
principalmente competente que ele tem adotado no curso do processo, com suas
decisões chanceladas quase que na totalidade pelo corpo de juízes do Supremo
Tribunal Federal, que instado a se pronunciar a cerca de decisões na origem do
processo, a cargo de Sergio Moro, tem dado provimento ao decidido pelo juízo de
primeiro grau.
Nenhum comentário:
Postar um comentário