A presidente Dilma Rousseff aos
poucos vai imprimindo seu estilo próprio no exercício da administração pública
brasileira, dando cara nova à equipe de governo com que vinha administrando
desde a sua posse em janeiro de 2010, cujos auxiliares foram recrutados em
comum acordo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como forma de
gratidão ao petista que patrocinou a sua candidatura vitoriosa.
Passado pouco mais de um ano na
Chefia do Executivo, a presidente já promoveu a substituição de doze ministros,
alguns destes por força das denúncias de corrupção divulgadas na grande mídia;
e outros para adequar a base política que dá sustenção a seu governo no
Congresso Nacional.
Há quem diga que a presidente
Dilma Rousseff, com as mudanças que está empreendendo na composição do governo,
está sendo inábil politicamente, pois estaria desprezando os caciques da
política brasileira, a quem cabia dar as cartas do jogo no Parlamento, em favor
de novas lideranças que estão surgindo e que já não aceitam a imposição desses
caciques, que por mais de duas décadas têm ocupado todos os espaços na
estrutura da administração.
Com esse gesto, a presidente
Dilma não só muda o eixo da interlocução com o governo no Parlamento, mas,
principalmente, sinaliza com quem quer dividir a responsabilidade de conduzir
os destinos do país. Se vai dar certo, ou não, esta nova forma de
relacionamento com o Congresso Nacional, é preciso esperar para ver como se
comportarão essas lideranças que perderam espaço no governo, durante as votações mais importantes que estão
para contecer nas duas Casas do Congresso Nacional, especialmente a conclusão
da votação do novo Código Florestal, bem como a votação do Projeto da Lei Geral
da Copa, dentre outros projetos que o governo espera ver aprovados por sua
base.
Lidar com o pragmatismo de muitas
legendas no Parlamento não é tarefa fácil para nenhum governo, principalmente
quando está enraizada na cultura política brasileira uma relação de
promiscuidade, onde quem tem mais força tem o poder de barganha, e, dessa forma
faz-se uso de instrumentos nada republicanos, em que os interesses político-pessoais são colocados sempre à frente do interesse coletivo. É bem provável
que o governo, com esta nova postura, venha a enfrentar dificuldades na
aprovação de matérias de seu interesse no Congresso Nacional, numa forma de ravanchismo
dos que foram alijados do poder, ou perderam parte dele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário