sábado, 18 de fevereiro de 2012

Reforma de conveniência

Por Damião Gomes


A cada crise que surge envolvendo o alto escalão da República em desvios de dinheiro público é comum ver-se a classe política, de um modo geral, levantar a bandeira da necessidade de se promover uma reforma política ampla que contemple a sociedade  com um arcabouço político e jurídico capaz de eliminar as famigeradas brechas que o sistema atual proporciona de impunidade sistêmica de quem pratica tais delitos, como se isto (a reforma política) por si só fosse a salvação de todos os males que assolam a República. Tal manifestação é observada principalmente em expoentes da elite política que são ou foram protagonistas de escândalos em outras épocas e que continuam a ditar as regras do jogo nos dias atuais.

A grande e urgente reforma que o Brasil precisa encampar, e que a sociedade já dá sinais de impaciência com a demora, é uma profunda reforma moral e ética, que de fato seja capaz de produzir os efeitos que levem a um maior e efetivo controle da população sobre os atos daqueles que são colocados em postos-chaves da administração para gerirem a coisa pública, com zelo e competência, cujos efeitos se traduzam em uma melhor qualidade de vida para o povo.

Para se fazer a reforma política ou qualquer outra reforma basta haver vontade política de verdade, e não discursos vazios que visam tão somente ludibriar a boa fé de uma gente, que cada vez mais se indigna com a sucessão de escândalos que vem acometendo a administração do nosso país. Talvez precisemos ressuscitar o movimento dos “caras pintadas” nas ruas para exigir uma verdadeira e completa faxina na administração pública, em todas as esferas de poder.

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