A cada crise que surge envolvendo o
alto escalão da República em desvios de dinheiro público é comum ver-se a
classe política, de um modo geral, levantar a bandeira da necessidade de se
promover uma reforma política ampla que contemple a sociedade com um arcabouço
político e jurídico capaz de eliminar as famigeradas brechas que o sistema
atual proporciona de impunidade sistêmica de quem pratica tais delitos, como se
isto (a reforma política) por si só fosse a salvação de todos os males que
assolam a República. Tal manifestação é observada principalmente em expoentes
da elite política que são ou foram protagonistas de escândalos em outras épocas
e que continuam a ditar as regras do jogo nos dias atuais.
A grande e urgente reforma que o
Brasil precisa encampar, e que a sociedade já dá sinais de impaciência com a
demora, é uma profunda reforma moral e ética, que de fato seja capaz de
produzir os efeitos que levem a um maior e efetivo controle da população sobre
os atos daqueles que são colocados em postos-chaves da administração para
gerirem a coisa pública, com zelo e competência, cujos efeitos se traduzam em
uma melhor qualidade de vida para o povo.
Para se fazer a reforma política ou
qualquer outra reforma basta haver vontade política de verdade, e não discursos
vazios que visam tão somente ludibriar a boa fé de uma gente, que cada vez mais
se indigna com a sucessão de escândalos que vem acometendo a administração do
nosso país. Talvez precisemos ressuscitar o movimento dos “caras pintadas” nas
ruas para exigir uma verdadeira e completa faxina na administração pública, em
todas as esferas de poder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário