Brasília continua a hospedar o fantasma da corrupção, apesar de sua
população ter optado nas últimas eleições por um modelo que parecia ser de
ruptura com tudo aquilo que representava um modelo arcaico e ultrapassado de
gestão da coisa pública, que vinha predominando há bastante tempo no Distrito
Federal, através dos sucessivos escândalos que cada vez mais estigmatizavam a Capital
da República como paraíso da corrupção.
Ainda sob efeito da operação Caixa
de Pandora, que abalou os alicerces da Capital Federal, e que levou a
prisão e renúncia do então governador José Roberto Arruda, em 2009, Brasília
volta a ser palco de denúncias de desvios de dinheiro público envolvendo o seu
principal líder, o governador Agnelo Queiroz, do Partido dos Trabalhadores, à
época em que esteve a frente do Ministério do Esporte, na gestão do então
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
É verdade que as denúncias que ora atingem o governador do Distrito
Federal são apresentadas por um cidadão que responde a processos judiciais por
desvio de dinheiro público de convênio assinado com o Ministério do Esporte,
através do programa Segundo Tempo,
para prestação de serviços a comunidade mais humilde. Mesmo assim não se pode
desprezar o conteúdo das denúncias, que parece grave, e que demanda uma
investigação séria e urgente para esclarecimento dos fatos apontados e
restabelecimento da verdade em sua completa extensão, para devolver a Brasília
o título de capital de todos os brasileiros e não de território fértil para a prática de corrupção que ostenta há alguns anos.
É importante ressaltar que as denúncias partiram de um ex companheiro de
partido do governador do Distrito Federal, quando Agnelo era filiado ao PCdoB,
que recebeu vultosas somas de recursos do Ministério do Esporte, através de uma
ONG que dirige, e que há fortes indícios da não prestação dos serviços às comunidades carentes, e o conseqüente desvio do dinheiro liberado. Tudo isso
precisa ser esclarecido.
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