domingo, 6 de janeiro de 2013

Crise entre os Poderes

Por Damião Gomes


Com o retorno ao trabalho em início de fevereiro, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal estarão diante de um impasse que certamente demandará muita negociação por parte do Legislativo, principalmente, para por fim a queda de braço estabelecida pelos dois poderes, por ocasião do julgamento da Ação Penal 470 – também conhecida como mensalão - no que concerne a condenação de parlamentares pelo colegiado da mais alta corte de justiça do país, que estabelece como punição a perda imediata do mandato eletivo dos deputados citados no aludido processo, além da pena de prisão e multa pecuniária.

O atual presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marco Maia(PT-RS) – cuja gestão se encerra em 31 de janeiro próximo -, acenou com a possibilidade de não cumprir com a determinação emanada da Suprema Corte de Justiça, e num gesto corporativista, ameaçou dar guarida aos parlamentares condenados nas dependências da Casa, impedindo, inclusive, o acesso da Polícia Federal para a execução de uma possível ordem de prisão contra membros daquele Parlamento arrolados na citada Ação Penal.

Nessa mesma linha tem se manifestado o provável sucessor de Maia no comando da Casa o deputado Henrique Eduardo Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte, que arvora para o Parlamento a prerrogativa de determinar ou não a perda de mandato de seus membros, através de escrutínio secreto, permitida a ampla defesa e o contraditório; ignorando qualquer determinação do STF em sentido contrário.

Como guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal – Instância máxima do Judiciário brasileiro - entende que todos os poderes da República se curvam ao texto constitucional; e que deixar de cumprir uma determinação do STF, em decisão colegiada, seria um atentado contra a democracia e quebraria a harmonia entre os Poderes, o que geraria certamente uma crise de grande proporção com o conseqüente enfraquecimento das Instituições.

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