O governo da presidente
Dilma Rousseff caminha para enfrentar momentos de turbulência na esfera
política, a partir da hegemonia que está sendo buscada a todo custo pelo PMDB –
Partido com maior representação nas duas casas do Congresso Nacional – e que,
por isso mesmo, almeja dirigi-las no biênio 2013/2014, gerando, com isso, um
desequilíbrio monumental na coalizão de forças que vem conduzindo os destinos
do Brasil a partir de 2002, com a primeira eleição do líder petista Luiz Inácio
Lula da Silva até os dias atuais.
Com a eleição e vitória do
senador Renan Calheiros nesse 1º de fevereiro, e com a provável eleição do
deputado Henrique Eduardo Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte, para o comando
da Câmara dos Deputados - a ser definida na próxima segunda-feira -, o principal
partido da coalizão que governa o país se fortalecerá sobremaneira, uma vez que
já é detentor da cadeira de vice-presidente da República com o paulista Michel
Temer e passaria a comandar as duas casas do Parlamento.
Nessa primeira metade do seu
mandato, a presidente Dilma contou com o apoio incondicional da Câmara dos
Deputados, cujo comando estava com o petista gaúcho Marco Maia, que teve uma
gestão pautada na sintonia com o desejo do Palácio do Planalto; e contou também
com o apoio sempre decisivo do presidente do Senado José Sarney, do PMDB, que
pelo simbolismo que representa e a força que detém no partido, funcionava como
bombeiro nos momentos de tensão envolvendo a sua bancada na relação com o
executivo. Já sob o comando do alagoano Renan Calheiros, o governo certamente
vai ter de negociar no varejo com outros integrantes da bancada peemedebista,
que almejam ampliar os espaços do partido na Esplanada dos Ministérios e outros
órgãos da administração federal.
Com esse quadro político
definido a presidente Dilma certamente vai precisar ajustar o seu modo de se
relacionar com o Parlamento, sob pena de enfrentar a fúria de uma bancada pragmática
e fisiologista, que para continuar apoiando as iniciativas do governo vai
cobrar uma fatura ainda mais alta que a já paga até aqui. De olho na reeleição,
a presidente Dilma, mais do que nunca, vai precisar da colaboração do
ex-presidente Lula, na articulação política com o Congresso, sobretudo para
conter a insatisfação de legendas que estão na base aliada e que se sentem
refém da hegemonia política do PMDB.
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