sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Dilma nas mãos do PMDB

Por Damião Gomes


O governo da presidente Dilma Rousseff caminha para enfrentar momentos de turbulência na esfera política, a partir da hegemonia que está sendo buscada a todo custo pelo PMDB – Partido com maior representação nas duas casas do Congresso Nacional – e que, por isso mesmo, almeja dirigi-las no biênio 2013/2014, gerando, com isso, um desequilíbrio monumental na coalizão de forças que vem conduzindo os destinos do Brasil a partir de 2002, com a primeira eleição do líder petista Luiz Inácio Lula da Silva até os dias atuais.

Com a eleição e vitória do senador Renan Calheiros nesse 1º de fevereiro, e com a provável eleição do deputado Henrique Eduardo Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte, para o comando da Câmara dos Deputados - a ser definida na próxima segunda-feira -, o principal partido da coalizão que governa o país se fortalecerá sobremaneira, uma vez que já é detentor da cadeira de vice-presidente da República com o paulista Michel Temer e passaria a comandar as duas casas do Parlamento.

Nessa primeira metade do seu mandato, a presidente Dilma contou com o apoio incondicional da Câmara dos Deputados, cujo comando estava com o petista gaúcho Marco Maia, que teve uma gestão pautada na sintonia com o desejo do Palácio do Planalto; e contou também com o apoio sempre decisivo do presidente do Senado José Sarney, do PMDB, que pelo simbolismo que representa e a força que detém no partido, funcionava como bombeiro nos momentos de tensão envolvendo a sua bancada na relação com o executivo. Já sob o comando do alagoano Renan Calheiros, o governo certamente vai ter de negociar no varejo com outros integrantes da bancada peemedebista, que almejam ampliar os espaços do partido na Esplanada dos Ministérios e outros órgãos da administração federal.

Com esse quadro político definido a presidente Dilma certamente vai precisar ajustar o seu modo de se relacionar com o Parlamento, sob pena de enfrentar a fúria de uma bancada pragmática e fisiologista, que para continuar apoiando as iniciativas do governo vai cobrar uma fatura ainda mais alta que a já paga até aqui. De olho na reeleição, a presidente Dilma, mais do que nunca, vai precisar da colaboração do ex-presidente Lula, na articulação política com o Congresso, sobretudo para conter a insatisfação de legendas que estão na base aliada e que se sentem refém da hegemonia política do PMDB.

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