Em recente levantamento realizado pelo Instituto Datafolha,
sobre a preferência do eleitorado brasileiro para as eleições presidenciais de
2014, em que a atual ocupante do Palácio do Planalto aparece com 58% de intenção
de voto, um fato me chamou a atenção: primeiro, o percentual obtido pela
ex-senadora Marina Silva, na casa dos 16%, o que demonstra a consolidação de
sua liderança em nível nacional, uma vez que ela se mantém próxima da votação
de 20 milhões de votos que tivera em 2010 - fator preponderante para levar a disputa a um segundo turno; e, em
segundo lugar, me causou espanto a performance do candidato a candidato pelo
PSDB, senador mineiro Aécio Neves, que aparece na pesquisa com 10% da
preferência dos eleitores, cujo partido historicamente apresentou índices mais
robustos em períodos que antecedem a escolha de seus candidatos.
Aécio, ao que parece, não estaria conseguindo atrair para seu
projeto de se tornar o candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, a
ala do partido em São Paulo mais afinada com o pensamento do ex-governador José Serra e com o atual
governador Geraldo Alckmin, que, de maneira velada, prefere se unir em torno do
nome do governador de Pernambuco Eduardo Campos, do PSB, que está percorrendo o país em busca de se
viabilizar como candidato às eleições presidenciais do ano vindouro. Embora
pertencendo a base de sustentação política do governo da presidente Dilma
Rousseff, que concorrerá à reeleição, o socialista caminha com desenvoltura no
terreno da oposição, liderada pelo PSDB/DEM/PPS. Para se tornar o representante
desse agrupamento de partidos, com interesse diverso, o neto de Miguel Arraes
vai precisar exercitar toda a sua habilidade política no sentido de atrair para
o projeto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que já abraçou a
postulação de Aécio Neves, dentro do PSDB.
Com essa leitura, restaria a candidatura de Marina Silva, que
está consolidando a criação de um partido político, denominado Rede, por uma
terceira via, que agregaria os insatisfeitos com o atual governo e também os
que não seguissem a oposição representada, em
tese, pela candidatura de Eduardo Campos. Assim sendo, teríamos uma disputa
mais equilibrada do ponto de vista eleitoral, em que o favoritismo que se
atribui, hoje, à presidente Dilma Rousseff, poder-se-ia não se manter até a
realização do pleito, em outubro de 2014. São conjecturas que só o tempo poderá
confirmar ou não. Resta, então, esperar o fim das negociações envolvendo os
principais atores da cena política brasileira para sabermos quem vai levar a
melhor na montagem do palanque eleitoral.
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