domingo, 22 de janeiro de 2012

Dilma bate antecessores

Por Damião Gomes

Desde a volta das eleições diretas para a Presidência da República, em 1989, não se via um governo ao final do seu primeiro ano de administração ostentar um índice tão positivo de aprovação popular como o que se vê agora na gestão da petista Dilma Rousseff. Com 92% de aprovação, entre os que consideram a administração boa e regular, Dilma bate um recorde em relação a todos os seus antecessores, considerando o mesmo período, incluindo-se aí o do ex-presidente Lula, a quem a petista sucedeu e que deixou a Presidência com alto índice de apoio popular.

Dizia-se que Dilma não conseguiria imprimir um modelo próprio de gestão na administração federal pelo fato de ter sido ungida candidata a Presidência da República pelo então presidente Lula - a quem é atribuída a sua expressiva votação no pleito presidencial de 2010, e a quem a candidata vitoriosa seguiria incondicionalmente, em retribuição ao apoio recebido. No entanto, o que se observa ao final desse primeiro ano de governo é uma gestão que tem o estilo pessoal da presidente, que tem buscado cada vez mais se afastar de práticas muitas vezes pouco republicanas, que foram adotadas em gestões anteriores, incluindo a do ex-presidente Lula.

Nesse período, em que completa seu primeiro ano de governo, a presidente Dilma Rousseff promoveu a substituição de seis ministros – cinco deles envolvidos em denúncias de corrupção -, e se prepara para uma reforma ministerial mais ampla, onde aproveitaria a oportunidade da saída de alguns auxiliares que têm pretensões de participar do pleito municipal desse ano, a exemplo de Fernando Haddad, da educação, que deve concorrer à Prefeitura de São Paulo em outubro, para fazer um ajuste em toda a equipe de governo, incluindo-se aí a troca de comando em algumas estatais.

Um governante com capital político tão robusto pode se dar ao luxo de promover as mudanças que quiser na sua equipe de governo, sem desprezar, obviamente, a coalizão de forças que já governa o Brasil há nove anos. E caminha para sacramentar o projeto do PT, que é o de governar o país por pelo menos 20 anos, conforme projetado pelo maior líder do partido de todos os tempos, Luís Inácio Lula da Silva. Resta conferir.

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