segunda-feira, 6 de julho de 2015

Oposição radical do PSDB causa desgaste à Dilma

Por Damião Gomes

Há pouco mais de seis meses à frente de seu segundo mandato presidencial, Dilma Housseff se depara com o pior momento já vivido por um Chefe de Estado brasileiro em fase inicial de mandato – em que pese se tratar de um governo de continuidade, eleito sob o instituto da reeleição.

É bem verdade que, dada a polarização da disputa entre dois grupos que dividem a administração do país há duas décadas – liderados por PSDB e PT respectivamente, esperava-se uma certa turbulência na seara política,  com vistas a desgastar a imagem da presidenta Dilma e, assim, manter a temperatura extraída da disputa até, pelo menos, próximo da campanha eleitoral de 2016, quando ocorrerá a renovação de mandatos nas prefeituras e Câmaras Municipais de todo o país.

Até aí nada demais, visto que o pleito foi vencido pela petista por  estreita margem de votos, dando fôlego a oposição liderada pelo PSDB do candidato derrotado Aécio Neves de empreender forte campanha de desgaste do governo, de olho nas eleições presidenciais de 2018. No início, o próprio Aécio teve dificuldades de se afirmar como principal liderança da oposição, por não receber apoio explícito dentro do seu partido, a partir do senador José Serra e do governador Alckimin, do estado de São Paulo – ambos potenciais concorrentes do tucano, dentro do PSDB.

Contudo, como em política nada é definitivo, com o advento da operação Lava Jato, desencadeada pela Polícia Federal, em março de 2014, em que descobriu-se que a Petrobras havia sido saqueada por agentes públicos com desvios bilionários, que serviram para enriquecer alguns diretores da estatal, e, sobretudo, para irrigar a estrutura financeira de partidos políticos, que pertencem à base aliada do governo, mais especificamente PT, PP e PMDB.

Com o avançar da investigação, que culminou com a prisão de gestores da empresa, de executivos de grandes empreiteiras com contratos na estatal e de políticos, o governo da presidenta Dilma passou a ser atacado sistematicamente pela oposição(leia-se PSDB) e até por membros da base aliada, mais precisamente por figuras proeminentes do PMDB, a exemplo de Renan Calheiros e Eduardo Cunha, respectivamente presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, que não têm dado trégua nas críticas ao governo, e, pior do que isso, têm imposto ao Palácio do Planalto uma pauta que tem trazido um enorme desgaste à gestão petista no âmbito do Congresso Nacional com repercussão direta na sociedade, traduzido em pesquisa de avaliação em números poucos generosos com a mandatária da nação.

A liderança do PSDB no Senado, exercida pelo paraibano Cássio Cunha Lima, tem se tornado um canal permanente de combate ao governo e a atual chefe do executivo brasileiro, cujo discurso parece ganhar força junto aos principais caciques do tucanato nacional, a julgar pelo comportamento desses políticos na Convenção Nacional do partido ocorrida neste final de semana em Brasília, com destaque para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, senador Aécio Neves e governador Geraldo Alckimim, além do líder Cássio, que de forma explícita afirmaram que estão preparados para voltar ao poder, numa alusão a um possível processo de impeachment da presidenta da República.

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