A semana se inicia na capital da República com a temperatura
política em elevada ebulição, com a expectativa da divulgação da lista de
políticos e autoridades que teriam envolvimento no esquema de desvios de
dinheiro na Petrobras, a cargo da Procuradoria Geral da República. Segundo se
especula, o doutor Rodrigo Janot, estaria finalizando o seu relatório para
encaminhá-lo ao Supremo Tribunal Federal com pedido de abertura de inquérito
contra vários parlamentares e outras autoridades que gozam de prerrogativas de
foro.
Os principais partidos com assento nas duas casas do
Congresso Nacional, envolvendo situação e oposição, estariam no aguardo da
divulgação da citada lista para traçar as estratégias visando, no caso da
oposição, uma linha de combate mais sistemático às medidas de ajuste já
encaminhadas pelo Planalto, que tem repercussão direta na vida da população,
notadamente da camada menos favorecida. De igual modo, as forças governistas
também aguardam o pronunciamento do chefe do Ministério Público Federal, para
se articularem com vistas à defesa dessas medidas no âmbito do Parlamento.
Em meio a tudo isso, foi criada na semana passada uma
Comissão Parlamentar de Inquérito, na Câmara dos Deputados, com a finalidade de
apurar super faturamento em contratos e pagamento de propina a funcionários e
partidos políticos nas várias diretorias da Petrobras. Espera-se da comissão
recém-criada um relatório que aponte culpados e sugira, através da legislação,
medidas de combate a corrupção, capazes de devolver a credibilidade à empresa
que, outrora, fora orgulho do povo brasileiro.
É fato que a composição da CPI, ora instalada, não é
merecedora da confiança plena da sociedade, haja vista o grau de
comprometimento de parcela expressiva do colegiado, que teria se beneficiado do
financiamento de suas campanhas por boa parte das empresas que serão objeto de
investigação, ainda que por via indireta, através dos partidos políticos, como
sugerem. Seria de muito bom alvitre que aqueles parlamentares que tiveram
despesas de campanha bancadas com dinheiro do propinoduto se declarassem
impedidos de participarem do processo de apuração. Do contrário, será mais uma
CPI que terminará sem as respostas que a população espera e exige.
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