terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Pragmatismo (ou fisiologismo ?) do PMDB

Por Damião Gomes

Após o ciclo de governos militares, o PMDB, que chegou ao Poder com a eleição de Tancredo Neves, no Colégio Eleitoral, passou a condição de maior partido político do Brasil; absorvendo expressivas lideranças oriundas do PDS, partido que até então dava suporte ao Regime dos Generais.

Com a morte de Tancredo Neves, assume o governo José Sarney, que por duas décadas presidiu o partido oficial do governo - Arena/PDS -, de cujo grupo divergiu oportunisticamente; e ao lado de caciques da oposição, sob a liderança de Ulysses Guimarães, eterno presidente do PMDB, fundou a Frente Liberal, que deu origem ao PFL, e que por exigência da legislação fora pressionado a assinar ficha de filiação partidária no PMDB para poder disputar a eleição indireta como companheiro de chapa do doutor Tancredo.

Com Sarney empossado na Presidência da República, o doutor Ulysses, que já presidia o PMDB, foi eleito para dirigir a Câmara dos Deputados; e para completar a hegemonia do partido os senadores escolheram para o comando do Senado o peemedebista matogrossense José Fragelli. 

No comando da Presidência da República, e das duas casas do Congresso Nacional, o PMDB continuou cooptando lideranças da oposição para os quadros da legenda, culminando com a eleição de 22 governadores de estado no pleito de 1986, que proporcionou o maior crescimento ao partido em toda a sua história.

De lá para cá o partido, que tentou se manter no poder através da candidatura de Ulysses Guimarães na sucessão do presidente Sarney, sem obter êxito, perdeu sua hegemonia, que deu lugar a um pragmatismo que perdura até hoje; tornando o partido uma federação de líderes regionais, que se alinha a projetos políticos conforme os interesses desses agrupamentos, abdicando de concorrer com candidato próprio à Presidência da República e optando por fazer parte de um Governo de coalizão, com forte domínio na máquina pública.

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