Após o ciclo de governos militares, o PMDB, que chegou ao Poder com a
eleição de Tancredo Neves, no Colégio Eleitoral, passou a condição de maior
partido político do Brasil; absorvendo expressivas lideranças oriundas do PDS,
partido que até então dava suporte ao Regime dos Generais.
Com a morte de Tancredo Neves, assume o governo
José Sarney, que por duas décadas presidiu o partido oficial do governo -
Arena/PDS -, de cujo grupo divergiu oportunisticamente; e ao lado de caciques
da oposição, sob a liderança de Ulysses Guimarães, eterno presidente do PMDB,
fundou a Frente Liberal, que deu origem ao PFL, e que por exigência da
legislação fora pressionado a assinar ficha de filiação partidária no PMDB para poder disputar a eleição indireta como companheiro de chapa do doutor
Tancredo.
Com Sarney empossado na Presidência da República, o
doutor Ulysses, que já presidia o PMDB, foi eleito para dirigir a Câmara dos
Deputados; e para completar a hegemonia do partido os senadores escolheram
para o comando do Senado o peemedebista matogrossense José Fragelli.
No comando da Presidência da República, e das duas
casas do Congresso Nacional, o PMDB continuou cooptando lideranças da oposição
para os quadros da legenda, culminando com a eleição de 22 governadores de
estado no pleito de 1986, que proporcionou o maior crescimento ao partido em
toda a sua história.
De lá para cá o partido, que tentou se manter no
poder através da candidatura de Ulysses Guimarães na sucessão do presidente
Sarney, sem obter êxito, perdeu sua hegemonia, que deu lugar a um pragmatismo
que perdura até hoje; tornando o partido uma federação de líderes regionais,
que se alinha a projetos políticos conforme os interesses desses agrupamentos,
abdicando de concorrer com candidato próprio à Presidência da República e
optando por fazer parte de um Governo de coalizão, com forte domínio na máquina
pública.
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