Até quando o povo brasileiro vai conviver de forma leniente
com o cinismo patrocinado pela imensa maioria dos que integram a classe
política de nosso país, permitindo, de maneira omissa, que estes sanguessugas
da República continuem a dilapidar o patrimônio dessa ainda pujante Nação, que
mesmo forte já dá sinais de falência na prestação de alguns de seus principais
serviços – Saúde, Educação e Segurança.
Com a Operação Lava Jato mais perto de desenrolar esse novelo
da corrupção envolvendo a Petrobras e outras estatais brasileiras, além de
outros órgãos da administração direta, a força-tarefa encarregada da
investigação – composta de integrantes do Ministério Público, da Polícia
Federal, Receita Federal, e sob a condução firme do juiz Sergio Moro, a nível
de Primeira Instância da Justiça – dar passos cada vez mais largos na direção
de quem efetivamente chefiava todo esse esquema criminoso que desviou cifras
bilionárias dos cofres públicos, com enormes prejuízos à sociedade brasileira,
de modo especial à camada mais carente da população que necessita dos serviços
sob responsabilidade do Estado.
Com os depoimentos até agora colhidos entre os presos na
Operação Lava Jato, que optaram por fazer delação premiada, e com isto almejam
a redução de suas penas numa possível condenação, sendo o principal deles o
ex-diretor da área internacional da
Petrobras, Nestor Cerveró, que nessa engrenagem montada para roubar os cofres
dessa empresa teve papel preponderante. Nos depoimentos prestados aos
procuradores e aos policiais federais – homologados pela justiça -, o senhor
Cerveró esmiuçou o modus operandi
utilizado pela quadrilha para superfaturar contratos e fazer a partilha da
propina, que nas palavras dele, Cerveró, tinham a finalidade primeira de
abastecer o caixa do Partido dos Trabalhadores e de políticos pertencentes à base
aliada no Congresso Nacional, e na sequência os bolsos de diretores da empresa,
dentre estes o próprio Cerveró.
Ex-diretor da área internacional da Petrobras e também
ex-diretor financeiro da BR Distribuidora, Nestor Cerveró mencionou à força
tarefa da Lava Jato o envolvimento direto do ex-presidente Lula na montagem
dessa engrenagem criminosa, que contava com o apoio político dos senadores
Renan Calheiros, Fernando Collor e Delcídio do Amaral, este último preso desde
novembro nas dependências de um Quartel da Polícia Militar, em Brasília,
acusado de obstruir provas no processo do Petrolão. Cerveró detalhou o
loteamento da Petrobras e subsidiárias entre esses políticos, feito, segundo
ele, pelo ex-presidente Lula, com espaço definido para cada um fazer suas
indicações e, em contrapartida, receber propina por eventuais contratos
firmados. Segundo Cerveró era condição sine
qua non para permanecer nestes
postos exercer a prática criminosa de distribuir propina entre os padrinhos políticos.
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