Passada a ressaca das eleições, é hora do país se unir em torno
de um projeto de desenvolvimento que possa alavancar a economia e promover a
geração de empregos e a melhoria na renda do trabalhador brasileiro. É preciso
que governo e oposição assumam o compromisso de construir juntos uma pauta
positiva que contemple as principais demandas da sociedade, refletidas no
recado emanado das urnas, cuja leitura indica a necessidade de se promover
mudanças no modelo de gestão, que passam por maior transparência nos atos do
governo e combate sistemático aos desvios éticos dos agentes públicos.
É importante salientar que governo e
oposição têm papeis distintos; ao governo é dada a prerrogativa de governar e à
oposição cabe a fiscalização dos atos do governo. Todavia, a oposição –
sobretudo no Parlamento – tem grande contribuição a oferecer ao país, seja no
encaminhamento de propostas com soluções para muitas dessas demandas reclamadas
pelos mais variados segmentos da sociedade; seja na discussão e apreciação de
matérias oriundas do Executivo, que visem melhorar a vida das pessoas. Com a
devida percepção do papel que lhes cabe desempenhar, neste novo momento da vida
brasileira, poder-se-ia afirmar que vivemos numa democracia madura, em que as rusgas da campanha eleitoral foram
deixadas de lado, dando lugar ao bom diálogo, ingrediente imprescindível para o
êxito de toda e qualquer administração.
Urge que o governo da presidenta
Dilma Rousseff não se demore em apresentar à nação o modelo de reforma que
pretende implementar no país, para que haja um profundo debate no seio da
sociedade, e dessa discussão se extraia algo que tenha legitimidade, sob pena
de se perder a empolgação das ruas neste momento pós-eleitoral, que revigora o
governo re(eleito) e está a exigir das oposições – principalmente de seu líder
maior, o senador Aécio Neves, que não logrou êxito na corrida eleitoral, mas
que obteve um pouco menos da metade do eleitorado brasileiro. É preciso
responsabilidade de lado a lado em nome de uma causa maior – a consolidação da
democracia e a melhoria na qualidade de vida da nossa gente. Se há vontade política de fazer as reformas o momento é este, de início do segundo mandato da presidenta Dilma e também da nova legislatura que se inicia no Congresso Nacional a partir de fevereiro próximo, com a posse dos eleitos no último pleito.
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