sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Dilma mais perto da reeleição

Por Damião Gomes


A prevalecer o atual cenário que ora se desenha para a disputa das eleições presidenciais de 2014, cujos principais nomes já se apresentam ao eleitorado brasileiro, ainda que de forma pouco ostensiva, em face da legislação eleitoral  vedar campanha antecipada em favor de candidatos; só o permitindo após estes serem oficialmente escolhidos em convenções partidárias, que pelo calendário eleitoral só ocorrerão a partir de junho do ano que vem, fica mais evidente a consolidação do nome da presidenta Dilma Rousseff para renovação de seu mandato à frente dos destinos do país.

O que se observa é que o movimento das ruas, iniciado em junho passado, não foi suficiente para abalar o prestígio da atual chefe do executivo federal, a ponto de inviabilizar o projeto de reeleição, como desejava a oposição no Parlamento, capitaneada, principalmente, pelo PSDB, que é presidido justamente pelo senador mineiro Aécio Neves, um dos postulantes à cadeira que hoje é ocupada por Dilma. Naquele instante, em que a juventude brasileira acorreu às ruas para protestar contra a má qualidade dos serviços públicos, e de maneira muito especial contra a corrupção que assola o país, em todas as esferas de poder, pensou-se que a partir dalí a presidenta não teria habilidade política para sair da crise, e que, portanto, estaria enfraquecida para disputar a sua própria sucessão. Chegou-se, inclusive, a cogitar da possibilidade do ex-presidente Lula assumir, em nome do PT e de partidos aliados, a candidatura à Presidência da República, a pretexto de garantir a permanência do grupo no poder por mais algum tempo, conforme projeto pensado pelo próprio Lula, quando de sua vitória nas eleições de 2002, que previa um período de 20 anos no poder.

Passados pouco mais de três meses daquelas manifestações, verifica-se que a presidenta reagiu de forma positiva à desaprovação ao seu governo, que em início de julho chegou ao seu pior desempenho, na casa dos 30%, quando antes das manifestações, em final de março, ostentava confortáveis 65% de aprovação, gerando com isso enorme preocupação ao núcleo político do projeto de reeleição, que buscou amparo na experiência e habilidade do ex-presidente Lula para estancar a sangria e partir para a recuperação do patrimônio eleitoral perdido, ainda que momentaneamente, em função da turbulência gerada pelo grito das ruas. Com a entrada do ex-presidente em cena, e com a negação por parte do TSE do registro da Rede Sustentabilidade, que almejava disputar a Presidência da República com Marina Silva, o governo retomou o fôlego, e a candidatura de Dilma foi alavancada, distanciando sobremaneira das outras candidaturas já postas de Aécio Neves, pelo PSDB, e de Eduardo Campos, pelo PSB/Rede, que mesmo contando com Marina Silva como eventual companheira de chapa, não apresentou grande evolução, segundo atestam as pesquisas, numa clara demonstração de que a transferência de votos não é algo automático. 

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