Por Damião Gomes


Com a descoberta recente de um tumor maligno na laringe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a cena política brasileira perderá pelos próximos meses o seu principal protagonista, abrindo uma lacuna que dificilmente será preenchida num curto prazo por outra liderança de tamanha magnitude, com reflexo direto nas eleições municipais do próximo ano.
É do conhecimento de todos que o ex-presidente, ao contrário de seu antecessor, continua em pleno exercício político, fazendo aquilo que mais sabe fazer, que é promover a articulação entre os partidos políticos que compõem a base de sustentação do governo da presidenta Dilma Rousseff, tão ou mais pujante(a base) que a coalizão que deu sustentação política ao seu governo, e que por isso mesmo, tem sido chamado pelo Planalto a conversar com os principais líderes do Congresso Nacional sempre que há insatisfação da base aliada com o governo e entre as siglas partidárias que a compõe.
Afastado dessa articulação, por força do tratamento contra o câncer, o maior líder do petismo no Brasil deixará certamente de bancar alguns nomes para a disputa municipal do próximo ano, especialmente nos maiores centros urbanos do país, cujo pleito é utilizado como prévia para aferir a capacidade eleitoral daqueles que almejam conquistar os governos estaduais, bem como a Presidência da República, nas eleições gerais de 2014. Sem Lula no comando direto dessa articulação dificilmente o PT terá habilidade para construir em cidades importantes do ponto de vista eleitoral como São Paulo uma ampla frente capaz de reconquistar a prefeitura, numa disputa com adversários de peso liderados pelo tucanato, que governa o estado de São Paulo há 14 anos e pelo recém criado PSD, do prefeito Gilberto Kassab. Resta saber como o PT se comportará, com Lula fora dessa articulação, nesse período que antecede as convenções partidárias para formação das chapas que disputarão as eleições de 2012 na cidade de São Paulo e no resto do país.
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